Pedes-me um sonho, para fazer de chão. Mas eu desses não tenho, só dos de voar.
Agarras a minha mão com a tua mão e prendes-me a dizer que me estás a salvar.
De quê? De viver o perigo.
De quê? De rasgar o peito.
Com o quê? De morrer. Mas de que paixão?
De quê? Se o que mata mais é não ver o que a noite esconde e não ter nem sentir o vento ardente a soprar o coração.
Pedes o mundo dentro das mãos fechadas e o que cabe é pouco mas é tudo o que tens. Esqueces que às vezes quando falha o chão o salto é sem rede e tens de abrir as mãos.
Pedes-me um sonho para juntar os pedaços mas nem tudo o que parte se volta a colar.»
...
MV
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